Escritor natural da Chapada Diamantina lança livro em Seabra

Escritor natural da Chapada Diamantina lança livro em Seabra

4 de outubro de 2019 Off Por Redação

O escritor Chapadense Stênio Erson, natural de Seabra, lança seu primeiro livro neste sábado, dia 05/10, na UNEB. O livro “Cerco”, segundo a descrição da obra, apresenta histórias e cenários da região da Chapada Diamantina e aborda um cerco silencioso, a diminuição do espaço que a sociedade tem nos submetido por meio dos diversos tipos de violência: física, social, moral, psicológica, entre outras.

O lançamento do livro acontece as 19h30 na UNEB, em Seabra. Durante a programação haverá apresentação musical com Dene Reis, Performance teatral com o Lamparinas do Sertão e Rodas de conversas sobre a obra com Stênio Erson, Gildeci Leite, Germano Xavier, Marcos André, Micaele Anjos, Pedro Lima e o poeta Ioia Brandão.

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Stênio Erson além de Pedagogo é formado em Língua Portuguesa pela UNEB, e mora na Comunidade Rural Lagoa da Boa Vista – município de Seabra. É membro do Grupo de Teatro Lamparinas do Sertão – grupo que existe há dezesseis anos e participa das Caravanas de Teatro Itinerante que ocorre, a cada dois meses, na região da Chapada Diamantina.

Ao dialogar com Stênio sobre sua motivação para a escrita do livro ele informa que, desde pequeno, em conversas com seus avós, ao ouvir palavras quais não a conhecia, ou não sabia seu significado, ele tomava como registro, pois sabia da importância da preservação da memória.

“Logo depois que eu fui participar do Lamparinas do Sertão, eu passei a ser um pesquisador da memória, da cultura popular, da nossa identidade. Comecei a registrar isso para pôr em textos teatrais e me apaixonei pela literatura. Li várias obras, e comecei a ter a necessidade de expor toda essa pesquisa que eu estava fazendo, toda essa pesquisa que eu estava registrando. Eu senti essa necessidade, mas eu não queria expor como se fosse unicamente, relatos históricos, memorias. Eu queria uma narrativa literária mesmo” argumenta Stênio.

Por que o nome ‘Cerco’?

O autor quis fazer uma alusão, como se cada personagem da narrativa vivesse dentro de um cerco imaginário. A atuação de cada Ser dentro do cerco é a de definir o tamanho da sua liberdade. Esse cerco, pode ser fechado através dos vários tipos de violência que existe, seja ela física, moral, psicológica, social, profissional. “Então a nossa atuação dentro desse cerco faz com que a gente possa adiar ou encurtar o cerco” afirma Stênio.

“O Cerco não significa necessariamente a morte, mas tem muitas pessoas que evita permitir o cerco se fechar. São pessoas realmente frias. Pessoas que não se relacionam, que não se interagem. Pessoas que são escravas do seu próprio trabalho. Pessoas que permitiram com que a pobreza o afastassem de muitas coisas. E também traz, em outra contrapartida, personagens que lutam na tentativa de fazer com que esse território seja ampliado. Esse território da sua liberdade seja ampliado através de ações diárias. São pessoas que não se entregam, que não permitem com que esse cerco se feche. Então, os contos vão trazer a história de vários personagens e sua labuta, sua labuta diária para que esse cerco não se feche, para que a sua liberdade continue mantida e ampliada” explica.

O escritor tem outras obras escritas, porém ainda não publicadas, como peças teatrais e romances. O livro foi produzido pela editora Multifoco, pode ser comprado no site da editora, no site da Saraiva, ou em outras plataformas na internet.

Por: Romilson Joaquim