Chapada: Capoeiristas de Itaberaba realizarão a IV Caminhada da Consciência Negra neste Sábado

Chapada: Capoeiristas de Itaberaba realizarão a IV Caminhada da Consciência Negra neste Sábado

20 de novembro de 2019 Off Por Redação

Novembro é considerado nacionalmente o mês da Consciência Negra, o período é dedicado à reflexões relacionadas a inclusão do negro na sociedade brasileira. Em todo o país ocorrem atividades relacionadas ao tema, e na região da Chapada Diamantina – Bahia, não é diferente. No município de Itaberaba, capoeiristas de diversos grupos realizarão a IV Caminhada da Consciência Negra, neste sábado 23/11.

A concentração para a atividade será na Praça do Cacique, na Avenida Flaviano Guimarães, a partir das 17h30. De lá, sairão a pé em cortejo até a Praça J. J. Seabra no Centro da Cidade de Itaberaba. Em seguida, será feito uma grande Roda de Capoeira na Praça do Rosário.

A caminhada é uma realização dos diversos grupos de capoeira que compõem a Associação dos Capoeiristas de Itaberaba (ACI), e já está virando tradição. Segundo Adilton – conhecido na capoeira como Bujão, inicialmente o evento contava apenas com pessoas do município, porém, cada vez mais, outras cidades vão começando a se juntar a essa caminhada. “Acredito que daqui mais uns cinco anos, aproximadamente, a gente esteja abrangido muitas cidades da Chapada Diamantina.”

Segundo Bujão, a caminhada surgiu devido à motivação de uma nova geração de capoeiristas juntos ao Movimento Negro do município. Bujão cita a Professora Laurita, que segundo ele é uma liderança do Movimento Negro, “pedagoga, historiadora e defensora dos negros e dos direitos da mulher de Itaberaba,” como a responsável pelo surgimento da caminhada. “Ela fez uma reunião onde juntou os capoeiristas para fazer essa caminhada, daí os capoeiristas se juntaram, fizeram no próximo ano, e aí, veio fazendo.”

Adilton espera que esta IV caminhada seja ainda melhor que as anteriores, pois  além dos capoeiristas, contará com a presença de toda uma geração negra, e de admiradores, de pessoas que segundo ele são reconhecedoras da importância da Consciência Negra. “É um fato que relata muito sofrimento. Nosso país foi construído pela mão de negros,” afirma.

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A importância da IV Caminhada da Consciência Negra para a população de Itaberaba e região

Bujão ver a caminhada como algo de extrema importância por considerar que o povo envolvido faz parte de uma história brasileira, de uma geração negra que por muito tempo foi criminalizada.

“Precisamos, também, relembrar pelos mais velhos, o quanto existia antes de discriminação, porque hoje, graças a Deus, o avanço né, da conscientização, da educação, apesar de as pessoas falarem que o nosso Brasil ainda não tem uma qualidade de educação igual, exemplo, da Alemanha (Lozangeles), Estados Unidos, mas, só que ela, aos poucos, vem se desenvolvendo em conhecimentos,  as leis que são feitas estão combatendo. Isso serve para combater o racismo e também para fazer parte da cultura e de uma lenda, não deixar morrer essa tradição e esse reconhecimento desses dias que foram tão importantes na vida do negro”, argumenta Bujão.

O Dia da Consciência Negra

O Dia Nacional da Consciência é 20 de novembro, mas durante todo o mês ocorre atividades em diversas partes do país. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte do líder negro Zumbi dos Palmares, em 1965.

No período do governo Lula (2003-2010), foi criada a Lei nº 10.639 de 9 de janeiro de 2003, que determinou, a inclusão no currículo escolar, a temática “História e Cultura Afro-Brasileira” ficando estabelecido que as escolas, no calendário escolar, deveria incluir o dia 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra. Porém, foi através da Lei nº 12.519 de 10 de novembro de 2011, no governo da ex-presidenta Dilma Rousseff, que a data foi oficializada.

Algumas cidades e estados brasileiros decretam feriado nessa data. Na Bahia, não é feriado, mas ocorrem atividades, em diversos municípios, referentes ao tema. Em Itaberaba, a comemoração será dia 23. Segundo Bujão, a expectativa é que a caminhada reúna em torno de 300 pessoas.

Por: Romilson Joaquim (Folha da Chapada)

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